terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Religiosidade

Sempre me interessei pela religiosidade e quanto mais estudei e participei de grupos religiosos de diferentes correntes, mais fui consolidando a visão da enorme diferença entre religiosidade e religião, a primeira inteiramente independente da segunda, pois não aceita dogmas de nenhuma espécie e portanto, vê em todas as religiões este dogmatismo alienante e separatista do sentimento do religare, ou seja, afasta e não une os homens entre si em uma religiosidade verdadeiramente universal. Muitos ateus são muito mais amorosos do que religiosos de carteirinha. Dizer-se religioso ou espiritualista não faz ninguém ser melhor do que quem se diz agnóstico ou não crente. E isso é fato, pois sei que apesar de tanto estudo sou apenas um pequeno aprendiz na mesma busca de todos, cada um pela sua estrada, seja religiosamente ou não. Aprendi que a pessoa que quer ter razão mostra um forte sinal de que não tem. Somos luz e sombra e pouco sabemos da vida, de nós mesmos, muito menos dos outros, do universo e a respeito de Deus ou o nome que se queira dar. Existem fanáticos pela ciência, idealismos políticos e pela religião. Todo fanatismo é dogmatismo. Todo dogmatismo é prisão. Liberdade é se construir acima destas e de outras ilusões. Tarefa difícil, mas é impossível fugir dela para sempre, seja lá como nos nomeamos ou dizemos ser. Uma tarefa individual, que exige um mergulho rumo ao autoconhecimento, difícil porque quanto mais mergulhamos, mais sombras encontramos e mais queremos fugir delas.

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