segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Despertar

Eu verei você de novo quando estiver acordado O que dizer, o que não dizer, o que está dito sem ser dito O que está sem ser precebido ou sentido O que muda sem aparente mudança O que reflete acima do que está submerso O que é dúvida com tanta certeza O que está morto e virou cascão ambulante O que subjaz em todas ações mecânicas O velho travestido de novo E o novo travestido de velho E o banal das opiniões próprias que não são próprias Um ego formado de acúmulos de memórias e pensamentos que nem sequer nos pertencem A perplexidade diante do cosmos As respostas sempre meio respostas A constação de que tudo é apenas conceito Vale o mesmo para o nada para o tempo e para o espaço Sem tempo, sem espaço para um abraço? A justiça que é cega e deveria enxergar Tudo virou modus operandi A banalização das especialidades A macrovisão sempre micro A constatação sempre parcial O poder acima de tudo fingindo progresso, humildade e solidariedade O deus amarrado a livros e púlpitos de grupos interesseiros O pão nosso de cada um não é para todos e o luxo é para poucos O luxo vale a pena? Dominadores e dominados Quem tem olhos para ver prefere mantê-los fechados E nosso amor se perde entre tantos devaneios já não são palavras que vão convencer não são com elas que se possa entender não são com súplicas que se pode alcansar seja lá o que se tem em mente, mente não é com medo que vão sentir piedade e nos salvar tem que ser algo que você nunca imaginou nenhum adjetivo vai adiantar já nem um verbo auxiliar nem um pensamento ou sentimento nem um olhar nem fitar o teto nem ser inquieto Equilibrando-nos em um fio Estamos sempre por um fio a menos que haja amor Não, não podemos desistir O contínuo descortinar descortina? já nem o escuro ou um simples silêncio um qualquer meditar estamos diante de nós mesmos vamos ter que encarar olhar de frente saber o que é ausente e o que é presente o que é solidão e o que é presença não há como ser alienando-nos de nós mesmos e alienados sempre estamos de alguma forma além das formas já! a verdade, seja ela qual for, está aí em algum lugar dentro de nós mas o que é dentro e o que é fora? não venha com física quântica nem com nenhuma fórmula pronta não se trata de autoajuda nem de soluções psicológicas análises sem fim o começo é sempre não jogue fora o que é belo atire fora os ruídos há as boas e as más incertezas filtre autoconhecer, sempre já! nós já lemos e frequentamos de tudo está na hora de sermos nós seja lá o que isso signifique isso é com a gente e não é em nenhuma meta no futuro é agora o eterno é o não tempo a urgência é ver isso a impermanência é para tudo menos para o amor deixá-lo livre, se transformar não abandonar o que não não foi feito para o abandomo abandonar o que nunca foi coragem não é não ter medo é enfrentá-lo com todas as suas forças somente o já! seja lá o que for! Eu verei você de novo quando estiver acordado Então nos veremos no eterno amor

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Competição no mundo.

Claro que tudo passa, tudo é movimento, tudo se transforma no mundo das formas. Paralelamente , no mundo da consciência sem forma, tudo é aqui e agora. Como todos os iluminados disseram e tentamos compreender, se lá há barulho, agitação, pensamentos e sentimentos se multiplicando e nós acabamos por nos identificar com eles, agitando-nos, aqui há silêncio, um eterno agora, pleno, repleto de paz. Tudo que surge deste vazio é pura critividade, o novo nasce aqui, a ação exata para cada vibração que surja no mundo das formas, agindo sem se identificar com ele ("Eu não sou deste mundo"). Você olha e lá estão as polaridades, atua vendo-as, agindo sabendo que elas só existem ali, faz o que é preciso com sua consciência que ali age, mas não pertence a este mundo e sempre volta para o eterno, o não tempo, o não local, o imenso vazio criativo, o jardim da paz ("O reino dos céus está dentro de vós") Quando identicados com o mundo das formas, agitamo-nos, oscilamos e cometemos muitos erros. Todos nós. Este é o mundo do ego, do egoísmo que brota do sentimento da separatividade, Dele nasce a guerra, os confrontos, a não compaixão, a ausência do sentimento da unicidade, o não amor. O sentimento da separatividade surge, portanto, da identificação com as formas e as polaridades, de todas as espécies. Elas impedem de amar ao outro, enquanto que no mundo da não forma, da consciência plena, não existe o outro e sim o nós. O ego individual morre e nasce o Um, Um com todos, com todos os seres ( "é preciso morrer para realmente viver"). Vítimas do sentimento egóico, tudo que julgamos diferente de nosso ego, do que está nele, é visto como perigoso para ele e ele se torna perigoso para todos e para nós mesmos, fazendo tudo para alcançar seus objetivos, combatendo a tudo e a todos que julga atrapalhá-los nesta meta. Surge assim a competição, a base, o alicerce da nossa sociedade egóica. É só olhar e ver. - Olhem! - Silêncio! - Entrem! Este é o convite que os iluminados sempre nos fizeram! Em vez de fazer isso, criamos as religiões.