quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Vigotsky & A percepção

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Um cara fantástico: Plinio Marcos. Um texto comovente do seu filho

Dia 19 de novembro é aniversário da morte do meu pai, escrevi este texto no dia em que ele morreu:19 de novembro de 99.

Meu pai morreu. Todo pai morre. Agora estou aqui pensando: o que foi que meu pai me deixou? Apartamento?Não. Carro?Nem uma bicicleta. Dinheiro? Ele não conseguia pagar nem as próprias contas. Mas pagava a dos filhos. Roupas? Só um chinelo velho, mas meu pé é maior. Sem testamento, sem herança, sem nada? As peças. As peças de teatro? De quem são as peças de teatro? Meu pai era escritor. Escritor de teatro. Teatro? Teatro dá dinheiro. Tem gente que escreve peça pra ganhar dinheiro. Não, meu pai não. Não ganhou muito dinheiro com teatro. O que ganhou, gastou. Deu dinheiro pra muita gente. Meu pai não era um bom administrador. Era um “maldito”, diziam, um “marginal”, mas não era bandido. Por que ele era maldito, afinal? Será que não pensava nos filhos? Por que não escreveu peça pra ganhar dinheiro? “Ninguém tem direito de pedir a um artista que não seja subversivo.”. Meu pai escrevia sobre puta e cigano sem dente. Puta, cigano sem dente e cafetão. Puta, cigano sem dente, cafetão, presidiários, desempregados e fudidos. Puta e cigano sem dente? Puta, cigano sem dente e cafetão é chato, porra! Puta, cigano sem dente e presidiários não dava dinheiro. Puta, cigano sem dente e desempregados não tinha “patrocínio”. Mas eu queria tênis americano, eu queria camisa Lacoste, camisa Hang Ten.
Meu pai tinha que ganhar dinheiro. Por que ele insistia em escrever peças sobre puta, cigano sem dente, cafetão e presidiários? Ele insistia. Puta, cigano sem dente, cafetão, presidiários, desempregados e fudidos. E o ator e Jesus Cristo e nada de “comédia comercial”. Mas eu queria o meu “All Star”, eu queria ter todos os discos dos Beatles. “Pai, me dá dinheiro pra comprar uma guitarra!” E eu tive, eu tive a tal guitarra, eu comprei todos os discos dos Beatles com o dinheiro dele (depois tive que comprar tudo de novo em CD com o meu dinheiro e agora dá pra baixar de graça na internet). Calça boca fina, camisa Hang Ten. Onde ele arrumava dinheiro? Onde ele arrumava dinheiro pra me comprar tênis “All Star”? Ele achava que isso era “lixo americano”. Ele achava que essa merda importada só servia pra aumentar a nossa alienação. Meu pai era generoso. Ele não ia deixar de me dar uma coisa que eu queria, só porque ele achava que o que eu queria era imposto pela sociedade de consumo. Ele tentava me orientar, mas respeitava minha opinião de adolescente alienado. Onde ele arrumava dinheiro?
Era época de ditadura. Escrever sobre puta, cigano sem dente, cafetão e presidiários, incomodava os “poderosos”. Porra, ainda mais essa! Já escreve sobre coisa que não dá dinheiro, mas além de não dar dinheiro, ainda é proibido? “Pai, me dá dinheiro pra comprar disco do Bob Dylan!”.
Meu pai fez novela, fez Beto Rockfeller. Mas Beto Rockfeller não conta, Beto Rockfeller era A novela, tinha a cara dele, era revolucionária. Ele fazia o Vitório, o melhor amigo do Beto. Ele ganhou um dinheiro, me comprou um tênis, uma guitarra, um... Mas A novela era na Tupi. A Tupi faliu. Meu pai foi fazer novela na Rede Globo: “Bandeira 2”. Mas a Globo é no Rio, o Rio tem praia, ele cabulava as gravações e ia pra praia: “Novela é chato pra caralho, porra! O direito da gente coçar o saco é sagrado.”, ele dizia. Ele ia pra praia e lá ficava indignado porque naquela época a Globo não punha negros nas novelas e quando punha era nos papéis de escravo ou mordomo. Meu pai escreveu no jornal “A Última Hora” do Samuel Wainer, onde ele trabalhava, que a Globo botou a Sônia Braga dois meses tomando sol pra ficar escura, em vez de chamar uma mulata pra fazer “Gabriela”. A Globo não gostou. Os “poderosos” da Rede Globo não gostaram. Fizeram ameaças, juraram de morte. Em fim, a Globo não dava mais. Quando ele tava por lá, ele bem que quis escrever novela. Afinal, eu queria dinheiro pra comprar tênis, disco, guitarra. Mas novela de puta, cafetão e cigano sem dente? Não, novela de puta, cafetão e cigano sem dente não dá. Se fosse cigano com dente, musculoso e mau ator, aí dava. Agora, cigano sem dente, pobre e fudido, não dá. Então não dá. “Na televisão brasileira, artista estrangeiro morto trabalha mais do que artista brasileiro vivo.” Tudo bem, não podia fazer peça de puta porque a ditadura não gostava, não podia novela de cigano pobre, fudido e sem dente porque a T.V. não queria. Então o que que podia? Não podia nem chamar a Rede Globo de racista, nem nada. A sinopse que ele fez pra uma novela quando finalmente a Globo chamou ele, era de uma tribo de ciganos que estupravam as filhas dos empresários e...bem, não aprovaram. E as portas iam se fechando. E a ditadura ali, descendo o cassete. E eu queria o meu tênis “All Star”! “Pai, porra, pai, eu quero dinheiro pra comprar time de botão!” Mas enquanto os “poderosos” iam dizendo: Não! Não! Não! Ele ia ganhando o respeito dos humildes de coração, um “povo que berra da geral sem nunca influir no resultado”, um povo fudido, os marginais, as putas, os ciganos sem dente, os presidiários, um povo que não aparecia na T.V. “Pobre na Rede Globo almoça e janta todo dia”. Pobre na Rede Globo tem dente, favela na Rede Globo não tem rato. Esse povo não era o povo dele. O povo dele era entre outros, os sambistas, não esses de agora, de terno Armani, cercados de loiras recauchutadas, mas, os sambistas das escolas de samba de São Paulo. Os sambistas marginalizados, os que nunca gravaram CD. O Zeca da Casa Verde, o Talismã, o Jangada, o Toniquinho Batuqueiro, o Geraldo Filme, enfim, os que morrem na merda. “Silêncio, o sambista está dormindo, ele foi, mas foi sorrindo, a notícia chegou quando anoiteceu...”.
Então a solução era fazer show com os sambistas. Meu pai contava histórias e os sambistas cantavam suas músicas. Mas os sambistas eram crioulos. Negros? Negro não podia. Em plena ditadura, Plino Marcos e “a negrada”? Que papo é esse? Poder, podia, mas ninguém queria ver. “A burguesia não me quer”, ele dizia. Não podia peça de puta e novela de cigano sem dente pobre e fudido, não podia dizer que a Globo era racista e ninguém queria ver show com “a negrada”. Então o que que podia? “Pai, me dá dinheiro pra comprar figurinha do álbum Brasil Novo!”
A ditadura quando eu tinha 7 anos tava em todo lugar, em cada esquina, no meio de cada casal que fazia “amor com medo”, nos porões do Doicodi e nas torturas atrozes que muitos sofriam e eu lá: “Pai, me leva na Expoex, pai, me leva na Expoex! A Expoex é a exposição do exército! Eu quero ver os soldados, pai! Eu quero ver os tanques!” E ele me levava. Senão eu chorava. Eu chorava se eu fosse censurado e não pudesse ver a Expoex.
Quando eu tinha uns 12, 13 anos, lá estava o ônibus da escola pronto pra partir pra Porto Seguro com todos os meus amiguinhos dentro e os pais, do lado de fora, dando tchauzinho. E um amiguinho meu perguntou: “Quem é seu pai?” Eu não tive dúvida: “Meu pai é aquele!” E o meu amiguinho: “Aquele de terno e gravata? Aquele que tá conversando com o meu pai?” E eu: “É, aquele.” O meu amiguinho gritou: “Pai, esse aí é o pai do Leo!” E a professora ouviu. Não, meu pai não era aquele de terno e gravata. Meu pai era outro. Era o que todo mundo tava chamando de mendigo. Meu pai era aquele de macacão e chinelo! Gordo de macacão e chinelo! “O pai do Leo é mendigo, o pai do Leo é mendigo!” Afinal, quem trabalha tem que usar terno e gravata. Naquela época, um moleque de 12, 13 anos, era um tapado. Ou isso era característica minha? “Pai, por que você não trabalha? Pai, por que você dorme até meio dia? Pai, por que o pai do Paulinho tem carro e você não? Por que você chega de madrugada em casa? Pai, por que você anda de macacão e chinelo? Pai, me dá dinheiro pra comprar...” E o meu pai me dava dinheiro. Eu estudava em escola de “burguês”. Eu estudei nas “melhores escolas”. E olha que o meu pai odiava escola. “A cultura nas mãos dos poderosos constrange mais do que as armas; por isso, a arte e o ensino oficiais são sempre sufocantes”, ele dizia. Ele saiu da escola na 4ª série do primário. Ele era canhoto. Na escola, as professoras o obrigavam a escrever com a mão direita. Ele fugiu da escola, ele sempre foi da esquerda. Era chamado de analfabeto. Com 21 anos escreveu “Barrela!”. “Me chamavam de analfabeto, como se isso fosse privilégio meu, neste país.” Meu avô queria que ele trabalhasse no Banco do Brasil, mas ele queria é subir num banco no meio da praça e fazer números de palhaço. A família chegou até a pensar que ele fosse débil mental. Meu pai foi pro circo. Ele amava o circo. Foi ser palhaço de circo. Era o palhaço Frajola. A escola dele era o circo, a minha era escola de “burguês”. Mas como ele pagava a minha escola?
Foi preso, foi solto, ameaçado, escrevia em jornais e revistas, quase todos que existiam. Foi despedido de todos. A censura não queria meu pai escrevendo em lugar nenhum. O que fazer? Sair do país? Ele não falava direito nem o português. O que fazer? “Pai, me dá dinheiro pra comprar uma calça Soft Machine!”.
Uma vez o meu pai tava com uma dívida muito grande, tava com dificuldade de pagar as prestações de um apartamento que ele comprou pra gente. Daí um belo dia a Ford ligou pra ele, convidando pra fazer um comercial. Era uma puta grana, dava pra pagar as dívidas e ficar bem tranqüilo por uns tempos. Meu pai não fazia comercial.
Foi vender livro na rua. Nas portas dos teatros, nas portas das faculdades, nos bares. Foi vender livro na porta de teatros aonde se apresentavam artistas piores do que ele. Ele mesmo editava os livros, ele mesmo ia vender. E podia? Não. Não podia. Várias vezes ele foi expulso pelo “rapa” como um camelô comum. E ele chorava? “Perseguido, o caralho! Eu não sou nenhum mosca-morta. Eu fiz por merecer. Fui uma pessoa que aproveitou bem a fama. Eu apedrejei carro de governador, quebrei vidraça de Banco. Foi uma farra. Não teve mau tempo.” Tinha. Tinha mau tempo, mas ele não reclamava, eu nunca ouvi o meu pai reclamando da vida. Eu nunca ouvi o cara dizer que a vida tava difícil, ou que era “foda”. Não. Ele só reclamava das injustiças. Ele berrava contra as injustiças, os preconceitos, a apatia. Meu pai é o Plínio Marcos, porra! Bela merda, tem gente que nunca ouviu falar. Pra muitos era só um fudido que não deu certo na vida, andando feito mendigo pelo centro da cidade. Já morreu. Não era melhor do que ninguém. (Não?)
“Tudo se consegue com esforço; não se chega a lugar nenhum sem caminhar.”
Com 15 anos eu quis sair da escola. Ele disse: “Sai logo dessa merda, eu te sustento até você encontrar sua vocação!” Eu saí, eu saí daquela merda na metade do 1º colegial. Acho que qualquer ser humano com o mínimo de sensibilidade, sabe: o ensino do jeito que é, faz mal pra saúde.
Eu devia ter uns 17 anos, era de madrugada. Eu morava com ele. Eu tava na mesa da sala com o violão, triste, querendo encontrar a minha vocação, sem saber o que dizer, inibido, pensando em todos os artistas que eram muito melhores do que eu. Meu pai levantou pra tomar água, me viu ali, não disse nada. Foi até o escritório, voltou com um livro e leu um poema pra mim. “O corvo” do Edgar Allan Poe. Não disse nada, só leu a poesia. Não foi o conteúdo, foi o tom da voz dele, aquela voz doce que ele tinha. Ele declamava e eu ouvia como se ele me pegasse no colo. Foi dormir e me deixou ali, ouvindo o corvo dizer: “para sempre!”. Eu virei escritor, com 21 anos escrevi “Dores de Amores”. Meu pai era um incentivador, idolatrava os filhos. Queria ser mergulhador só porque o Kiko, meu irmão, é. A Aninha, minha irmã, era tudo pra ele. Eu fiz vários shows com ele, pelas faculdades, pelos teatros, pelos bares. Ele contava histórias e eu tocava violão. Meu pai era generoso, violento, essencial, amava, amava tanto as pessoas que chegava mesmo a odiá-las. Lutava, berrava e me acordava. Meu pai não me deixou apartamento, carro, dinheiro, bicicleta. Nem o chinelo dele me serve. Eu tive e tenho que ganhar o meu próprio dinheiro. Até hoje, muito pouca gente quer montar as suas peças e muito pouca gente quer assistir. Meu pai já não precisa mais vender livro na rua, pra quem não quer comprar, ou pra quem compra só pra “ajudar”. O que eu mais queria é que ele me ouvisse agora: “Pai, você não me deixou nada que se possa enxergar. Nem carro, nem apartamento, nem bicicleta, nem chinelo. Me deixou a sua indignação, um pouco do seu temperamento, a lembrança de ver você acordando todo dia com uma puta força de vontade, com uma puta vontade de viver, sempre alegre, sempre fazendo piada das próprias desgraças, sempre dando tudo que ganhava pros filhos, sem nunca acumular porra nenhuma.” E se ele me escutasse ele diria, com um sorriso malandro sem dentes, segurando as lágrimas: “Ê, Leo Lama!” Meu pai não sabia receber elogios. Mas se ele me ouvisse agora, eu diria:
Pai, eu preciso te contar, no seu velório foi muita gente, pai. No seu velório, estiveram os maiores artistas do país. Médicos, políticos, advogados, empresários, fãs, gente do povo, crianças e os sambistas. Os sambistas cantaram sambas em sua homenagem, pai. Suas mulheres, seus amigos, seus inimigos, todos nós, todos nós te aplaudimos quando o seu caixão foi colocado em cima do carro de bombeiro. Eu tava segurando uma aba, o Kiko outra. Você foi cremado, pai. Seus amigos fizeram discursos emocionados, disseram: “Plínio Marcos, um grito de liberdade!” Nós jogamos suas cinzas no mar de Santos. Na ponta da praia, onde você passou sua infância. O Jabaquara, seu time, ficou na porta do pequeno estádio, uniformizado, com a mão no coração, vendo o cortejo passar. O povo na areia batia no surdo e entoava um canto mudo no crepúsculo santista e nós no barco deixávamos você escorrer pelos nossos dedos como se você nem tivesse existido. Eu ainda quis te achar no meio do mar, mas de repente já era só o mar. E você foi, como todo mundo vai.
É isso aí, pai: tanta gente te amava. Você sabia? Acho que ninguém te amou tanto como a minha mãe. O amor dela ecoa em mim.
Mas, e eu, pai? E eu? Será que eu vou ter a mesma fibra que você? Eu não gosto de viver como você gostava. Eu não tenho a sua coragem. “A poesia, a magia, a arte, as grandes sabedorias não podem habitar corações medrosos.” Eu acho que eu vou me vender, pai, eu acho que eu já sou um vendido. Eu só queria ser essencial, essencial como você. É difícil. Eu reclamo. A vida tá uma bosta! Tá difícil de encontrar pessoas essenciais, pai. As pessoas só falam e pensam no que é supérfluo. Eu não tenho assunto. Eu me sinto sozinho. Eu não sei sobre o que escrever. O mundo tá se destruindo, tem muita gente fudida, tem muitas festas e muita fome. Que indecência, pai, que vergonha que eu sinto desse tempo que eu vivo. Eu sei que você não tem saco pra choramingo, pai, mas me deixa desabafar, pai, só hoje, me deixa te falar sobre o sonho dessa gente, você sabe, essa gente, os “homens-pregos”, fixos no mesmo lugar. Essa gente quer ter carro, pai, casa com piscina, essa gente quer ser rica e famosa, essa gente quer ser musculosa e quer ter bunda, essa gente diz que acredita em Deus e fode ele, essa gente não quer ser essencial, pai, essa gente... essa é a minha gente, pai, às vezes eu me olho no espelho e me acho parecido com essa gente. Me perdoa.

Um beijo do seu filho, Nado, que ainda usa o nome artístico que a gente inventou juntos: Leo Lama.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Teosofia. Nunca confunda com teologia.

A Teosofia é um conjunto de conhecimentos provindos da mais remota antigüidade. A palavra Teosofia vem da fusão de duas palavras gregas: Theos — que significa Deus, e Sophia — Sabedoria. Portanto, etimologicamente falando, Teosofia é Sabedoria Divina. Este termo é encontrado pela primeira vez no século II, aplicado pelo filósofo Ammonius Saccas (160-242), considerado o fundador da Escola Neoplatônica. Assim como Sócrates, ele aconselhava, aos que dele se aproximavam, que meditassem sobre o céu e a terra. Parece que não deixou nada escrito, sendo oral todo o seu ensinamento. Consta que não foi discípulo de ninguém. Era filósofo de nascença. Pela extraordinária bondade, seus discípulos — entre os quais figuravam Longinos, Orígenes e Plotino — o chamavam de Theoditaktos, que significa: o instruído por Deus. A origem desse sistema de conhecimentos, chamado Teosofia, perde-se na noite dos tempos. Sempre existiu, em todos os locais e épocas, um conjunto de regras transmitidas oralmente pelo mestre aos discípulos após terem sido estes submetidos às necessárias provas. A Teosofia constitui assim a base comum, o ponto de encontro de todas as Ciências, Filosofias e Religiões. Segundo afirma Jung no Ensaio já citado: "Não existe cultura primitiva que não tenha possuído um corpo, às vezes desenvolvido, de doutrinas iniciáticas secretas representando preceitos relativos às coisas obscuras que se situam além da vida humana diurna e suas lembranças. Os clãs dos homens e os clãs totêmicos tinham por finalidade proteger esse saber ensinado nas iniciações masculinas. A antigüidade fez o mesmo. Seus mistérios e mitologia tão ricos não são mais que uma relíquia de escalões mais antigos de experiências semelhantes".

Com o aparecimento da escrita, parte desses conhecimentos foram gravados, permitindo sua chegada até nós. Os hindus chamam esse sistema de conhecimento Brahma Vydia — A Sabedoria Divina. Os egípcios também a conheciam e citavam corno seu criador Pot Amoun, que viveu no início da dinastia dos Ptolomeus. Os mistérios de Ísis eram o veículo da transmissão desses conhecimentos. Os gregos tiveram plena ciência dela. Os mistérios de Delfos, Elêusis Deméter, Dionísio e tantos outros, difundidos pela Grécia e Ásia Menor, atestam isso perfeitamente. Na Sicília o grande Pitágoras a explicava aos discípulos envolta na simbologia dos números e formas. Havia em Roma os mistérios de Cibele, Atis e Ceres. Em Alexandria os já citados neoplatônicos Amonius de Saccas, Plotino, Porfírio, Jâmblico. No gnosticismo com Valentim e Basíledes. Entre os místicos de todas as épocas a Teosofia está revelada, constituí a Filosofia Perene de Leibnitz que embebe todas as filosofias. Ruysbroeck, Santa Gertrudes, Mestre Eckhart, Hildegarda, Suso, Jacob Boehme, Catarina de Siena, São Francisco de Assis, Francisco Sales, no Ocidente; Patanjali, Viasa, Mahavira, Sankara, Valmiki, Lao-Tsé, Milarepa, Nargajuna e tantos outros, no Oriente, são os que mais se destacam. Em suma, em todo o mundo, se cavarmos as camadas superpostas que constituem o conhecimento humano, encontraremos a base comum na Teosofia, raiz desse conhecimento. Em alguns lugares à flor do solo, em outros no fundo dos abismos.

BLOG DO LUIZ EDUARDO: UM BELO TEXTO DE OSHO

BLOG DO LUIZ EDUARDO: UM BELO TEXTO DE OSHO

Sobre o perdão: a incrível história de Buda e o assassino.

Se sua Meditação lhe traz para um estado de nuvem de chuva, você irá perdoar sem nenhum julgamento a partir da sua abundância, do seu amor, da sua compaixão.

De fato, gostaria de declarar que o homem que é indigno merece mais do que aquele que é digno. O homem que não merece, merece mais, porque ele é tão pobre; não seja duro com ele. A vida tem sido difícil para com ele. Ele se perdeu; ele tem sofrido por causa de seus atos errados. Agora não seja duro com ele. Ele precisa de mais amor do que aqueles que são merecedores; ele precisa de mais perdão do que aqueles que são dignos. Essa deve ser a única abordagem de um coração religioso.

Essa questão foi trazida perante Gautama Buda, porque ele ia iniciar um assassino no sannyas – e o assassino não era um assassino comum. Rudolph Hess não é nada comparado a ele. Seu nome era Angulimal. Angulimal significa um homem que usa um colar de dedos humanos.

Ele fez a promessa de que mataria mil pessoas; de cada pessoa ele retiraria um dedo para que ele pudesse lembrar quantos ele havia matado e ele fará um colar de todos esses dedos. No seu colar de dedos ele já tinha novecentos e noventa e nove dedos – só um estava faltando. E esse um estava faltando devido a que sua estrada estava fechada; ninguém passava por esse caminho. Gautama Buda, porém, entrou naquela estrada fechada. O rei tinha colocado guardas na estrada para impedir as pessoas, particularmente estrangeiros que não sabiam que um homem perigoso vivia por trás dos montes. Os guardas contaram a Gautama Buda, “Essa não é uma estrada para ser usada. Você terá que tomar um caminho mais longo, mas é melhor ir um pouco mais longe do que penetrar na boca da própria morte. Esse é o lugar onde Angulimal vive. Até mesmo o rei não tinha coragem de andar por essa estrada. Esse homem é simplesmente louco.

“A mãe dele costumava chegar até ele. Ela era a única pessoa que podia ir, de vez em quando, vê-lo, mas até mesmo ela deixou de ir. A última vez que ela foi lá ele disse a ela, ‘Agora só está faltando um dedo e apenas porque você é minha mãe... quero lhe avisar que se você vier outra vez você não voltará mais. Preciso desesperadamente de um dedo. Até agora não lhe matei porque outras pessoas estavam disponíveis, mas agora ninguém mais passa por essa estrada exceto você. Então quero que você saiba que da próxima vez, se você vir, será sua responsabilidade, não minha’. Desde àquela hora a mãe dele não veio mais”.

Os guardas disseram a Buda, “Não corra desnecessariamente o risco”. E vocês sabem o que Buda disse a eles? “Se eu não for então quem irá? Só duas coisas são possíveis: Ou eu conseguirei mudá-lo, e não posso perder esse desafio; ou irei provê-lo com mais um dedo para que o desejo dele seja realizado. De qualquer maneira irei morrer algum dia. Dar minha cabeça para Angulimal será pelo menos de alguma utilidade; do contrário um dia irei morrer e vocês me colocarão na pira funerária. Acho que assim é melhor para realizar o desejo de alguém e lhe dar paz mental. Ou ele irá me matar ou irei matá-lo, mas esse encontro irá acontecer; vocês apenas mostrem o caminho”.

As pessoas que seguiam Gautama Buda, seus companheiros íntimos que estavam sempre competindo para estar mais próximo dele, começaram a se afastar. Logo havia milhas de distância entre Gautama Buda e seus discípulos. Todos eles queriam ver o que acontecia, mas não queriam estar muito perto.

Angulimal estava sentado sobre sua rocha observando. Ele não podia acreditar em seus olhos. Um homem muito bonito de um carisma tão imenso estava vindo em sua direção. Quem seria este homem? Ele nunca tinha ouvido falar de Gautama Buda, Mas mesmo esse coração duro de Angulimal começou a sentir uma certa ternura para com esse homem. Ele parecia tão belo, vindo na direção dele. Era manhã cedo... Uma brisa fresca, e o sol estava surgindo... E os pássaros estavam cantando e as flores se abriam; e Buda estava chegando cada vez mais perto.

Finalmente Angulimal, com sua espada desembainhada em suas mãos, gritou, “Pare!” Gautama Buda estava a alguns metros de distância, e Angulimal disse, “Não dê outro passo porque então a responsabilidade não será minha. Talvez você não saiba quem sou!”.

Buda disse, “Você sabe quem você é?”.

Angulimal disse, “Isso não tem importância. Esse não é o lugar nem a hora para discutir tais coisas. Sua vida está em perigo!”.

Buda disse, “Penso de outra maneira – sua vida é que está em perigo”.

Esse homem disse, “Eu costumava pensar que era louco – você é simplesmente louco. E você continua chegando mais perto. Assim não diga que matei um homem inocente. Você parece tão inocente e tão bonito que quero que você volte. Encontrarei outra pessoa. Posso esperar; não há nenhuma pressa. Se já consegui novecentos e noventa e nove... é somente mais um, mas não me force a matá-lo”.

Buda disse, “Você está absolutamente cego. Você não pode ver uma simples coisa: Eu não estou me movendo na sua direção, você está se movendo na minha direção”.

Angulimal disse, “Isso é pura maluquice! Qualquer um pode ver que você está vindo e eu estou parado sobre minha rocha. Não me movi nem uma polegada”.

Buda disse, “Bobagem! A verdade é, desde o dia que me tornei iluminado não me movi mais nem uma simples polegada. Estou centrado, totalmente centrado, nenhum movimento. E sua mente está continuamente se movendo em círculos... e você tem a coragem de me mandar parar. Pare você! Eu já parei muito tempo atrás”.

Angulimal disse, “Parece que você é impossível, você é incurável. Você está fadado a ser morto. Irei sentir muito, mas que posso fazer? Nunca tinha visto um homem tão doido”.

Buda chegou muito perto, e as mãos de Angulimal estavam tremendo. O homem era tão belo, tão inocente, tão infantil. Ele já estava apaixonado. Ele matou tanta gente... Ele nunca tinha sentido essa fraqueza; ele nunca tinha conhecido o que é amor. Pela primeira vez ele estava cheio de amor. Assim havia uma contradição: a mão estava segurando uma espada para matar a pessoa, e seu coração estava dizendo, “Ponha a espada de volta na bainha”.

Buda disse, “Estou pronto, mas porque suas mãos estão tremendo? – você é um grande guerreiro, até mesmo os reis temem você, e sou apenas um pobre mendigo. Exceto a tigela de esmolas, não tenho mais nada. Você pode me matar, e me sentirei imensamente satisfeito de que pelo menos minha morte realiza o desejo de alguém; minha vida tem sido útil, minha morte também tem sido útil. Mas antes que você corte minha cabeça tenho um pequeno desejo, e acho que você me concederá um pequeno desejo antes de me matar”.

Diante da morte até mesmo o maior inimigo tem boa vontade de realizar qualquer desejo.

Angulimal disse, “O que você deseja?”

Buda disse, “Quero que você apenas corte da árvore um galho que esteja cheio de flores. Nunca mais verei essas flores novamente; quero ver essas flores bem de perto, sentir a fragrância delas e sua beleza nessa manhã ensolarada, a glória delas”.

Então Angulimal cortou com sua espada todo um galho cheio de flores. E antes que ele pudesse dá-lo a Buda, Buda disse, “Isso era somente metade do desejo; a outra metade é, por favor, ponha o galho de volta na árvore”.

Angulimal disse, “Eu achava desde o começo que você era maluco. Agora este é o desejo mais louco. Como é que posso colocar esse galho de volta?”

Buda disse, “Se você não pode criar, você não tem o direito de destruir. Se você não pode dar vida você não tem o direito de dar morte para nenhuma coisa viva”.

Um momento de silêncio e um momento de transformação... A espada caiu de suas mãos. Angulimal jogou-se aos pés de Gautama Buda e disse, “Não sei quem você é, mas quem quer que seja, leve-me para o mesmo espaço onde você se encontra, me inicie”.

Nesse momento os seguidores de Gautama Buda chegaram cada vez mais perto. Vendo que agora Buda estava de pé na frente de Angulimal, não havia nenhum problema, nenhum receio, embora ele precisasse só de um dedo. Eles ficaram ao redor e quando ele caiu aos pés de Buda eles imediatamente se aproximaram. Alguém levantou a questão, “Não inicie esse homem, ele é um assassino. E ele não é um assassino qualquer; ele assassinou novecentos e noventa e nove pessoas, todos inocentes, todos estrangeiros. Eles não fizeram nada de errado a ele. Ele nunca os tinha visto antes!”

Buda disse novamente, “Se eu não iniciá-lo, quem irá fazê-lo? E amo esse homem, amo sua coragem. E posso ver tremendas possibilidades nele: um simples homem lutando contra o mundo inteiro. Quero esse tipo de pessoa, que pode enfrentar o mundo inteiro com uma espada; agora ele irá enfrentar o mundo com uma consciência que é muito mais afiada do que qualquer espada. Eu lhes disse que um assassinato estava para acontecer, mas não tinha certeza de quem iria ser assassinado – Ou eu iria ser assassinado, ou Angulimal. Agora vocês podem ver que Angulimal foi morto. E quem sou eu para julgar?”

Ele iniciou Angulimal.

A questão não é se alguém merece ou não. A questão é se você possui a consciência, a abundância de amor – assim o perdão irá surgir dele espontaneamente. Isso não é um cálculo, isso não é aritmética.

Vida é amor, e viver uma vida de amor é a única vida religiosa, a única vida de oração, paz, a única vida de gratidão, grandeza, esplendor.



Osho, Extraído de: The Great Pilgrimage: From Here to Here, chapter 24

Você deu o endereço certo para Deus?

“Se você tinha que ser um dançarino, a vida virá por aquela porta, porque ela pensa que você é um dançarino. Ela bate na porta, mas você não está lá; você é um bancário. E como a vida vai saber que você se tornou um bancário? Deus vem a você da maneira que ele quer que você seja; ele conhece apenas aquele endereço. Mas você nunca é encontrado lá, você está sempre em algum outro lugar, escondendo-se atrás da máscara de alguém que não é você, com os trajes de alguém que não é você e usando o nome de alguém que não é você. Como você espera que Deus possa encontrá-lo? Ele segue procurando por você. Ele sabe o seu nome, mas você abandonou aquele nome. Ele conhece o seu endereço, mas você nunca morou lá. Você permitiu que o mundo desviasse você”.
"Osho"

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Místicos e espiritualistas.

Preste atenção. Mas bastante mesmo. A diferença entre místicos e espiritualistas é a mesma entre a superfície e a profundidade, entre as aparências e os conteúdos, entre dar ouvidos ao medo ou dar ouvidos à alma, entre o ego e o Eu Superior, entre tocar a roupa ou tocar a pele, entre palavras e ações, entre colecionar e singularizar, entre obviedades e criatividade, entre a pose e a espontaneidade. Os primeiros fascinam, os segundos são.
E não esqueça: espiritualistas de verdade são bem humorados e jamais arrogantes ou prepotentes. Porque quanto mais caminham, mais eles sabem que nada sabem diante do Grande Mistério.

Osho e o amor

A primeira coisa é: não julgue a si mesmo. Aceite humildemente sua imperfeição, seus fracassos, seus erros, suas fraquezas.
Não há necessidade de fingir o contrário, seja simplesmente você mesmo. É assim que eu sou - cheio de medo. Não consigo sair na noite escura, não consigo ir na floresta densa. O que há de errado nisso? É simplesmente humano.
Quando você aceita, você é capaz de aceitar os outros, porque você terá um insight claro de que eles estão sofrendo da mesma doença. E aceitando-os, você irá ajudá-los a aceitar a si mesmos.Podemos reverter todo o processo: você se aceita e isso o torna capaz de aceitar os outros. E porque alguém os aceita, eles aprendem a beleza da aceitação pela primeira vez - QUANTA PAZ SE SENTE - e eles começam a aceitar os outros.
Dar amor é a linda e verdadeira experiência, porque com ela você é um mestre de si mesmo. Receber amor é uma experiência muito pequena, é a experiência de um mendigo.Não seja um mendigo, pelo menos tratando-se de amor, seja um imperador, porque o amor é uma qualidade inesgotável em você. Você pode dar tanto quanto quiser. Não tenha preocupação que ele esgotará. O amor não é uma quantidade, mas uma qualidade e qualidade de um certa categoria que cresce ao se dar e morre se você a segura. Seja realmente esbanjador!!
Não se importe para quem. Esta é na verdade a idéia de uma mente mesquinha: Eu darei amor a determinadas pessoas que tenham determinadas qualidades ... Você não entende que tem em abundância, que é uma nuvem de chuva. A nuvem de chuva não se importa onde chove - nas pedras, nos jardins, nos oceanos - não importa. Ela quer
descarregar-se e essa descarga é um tremendo alívio.
Assim o primeiro segredo é: não peça amor. Não espere, pensando que você dará se alguém lhe pedir - Dê!!
Tudo passa, mas você permanece - você é a realidade.

sábado, 20 de agosto de 2011

Mahavira e o Jainismo

Mahavira é considerado como o homem que deu ao jainismo sua forma atual. Ele é, muitas vezes, ,chamado de "o fundador do jainismo".
Mahavira é o tirthankara mais recente (o último nesta era). Ele nasceu no nordeste da Índia, em 599 a.C., mas alguns estudiosos modernos preferem 540 aC, e recebu o nome de Vardhamana. Era um príncipe, o filho do rei Siddhartha e da Rainha Trishala, membros da casta kshatriya (guerreiros), e seguidores dos ensinamentos de Parshva.
O jainismo é uma Religião intermediária entre o Bramanisno e o Budismo, com origem na Índia entre os séculos 7 e 5 a.C. Seguem um jina, ou conquistador, que é um guia religioso que repudiou os interesses mundanos e alançou um grau supremo do conhecimento.
Os jinas, também são chamados tirthankaras, ensinam seus seguidores a libertarem-se do ciclo da reencarnação ao atingir as três jóias: conhecimento justo, fé correta e boa conduta, o que implica abandonar a violência, a cobiça, oartifício, manter-se castos e obedecer a uma série de votos.
As tirthankaras aparecem no mundo para ensinar o caminho para a moksha, ou libertação. Não se trata de uma encarnação do Deus, mas uma alma comum, que nasce como um ser humano e atinge os estados de um Tirthankar como resultado de práticas intensas de penitência, de serenidade e meditação. Como tal, o Tirthankar não é definido como um Avatar (deus-encarnado), mas é o puro estado final de desenvolvimento da alma.
O Jainismo ensina que o caminho para a libertação e felicidade é viver uma vida de inocência e renúncia. A sua essência é a preocupação pelo bem-estar de todos os seres do universo e para a saúde do próprio universo. Acreditam que os animais e plantas, assim como os seres humanos, contêm almas vivas e cada uma dessas almas é considerada de valor igual e deve ser tratada com respeito e compaixão.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Espiritualidade e sociedade

Jesus, Krishna, Buda, Salomão, Mahavira, Osho, São Francisco, só para citar alguns seres iluminados, todos falaram em amor e compaixão, jamais em dogmatismo religioso e jamais, portanto, foram defensores de uma sociedade dividida e injusta, como na que vivemos, gerando violência e ódio. Refletir sobre o papel do espiritualista é refletir interiormente e exteriormente, pois este é consequêdncia daquele. A sociedade como um todo é reflexo de todos nós. É por isso que disseram que enquanto um homem estiver em perigo todos estão em perigo. Zelar por cada habitante do planeta é obrigacão de todos.E isso implica zelar também por cada pensamento e sentimento próprio. Afinal, dizia aquela música de Walter Franco: viver é afinar o instrumento, de dentro pra fora, de fora pra dentro.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O Jardim da Paz. - Porta do Sol

Recado da Mãe Divina - Chandra Lacombe

Aparências e Verdade

dizer que as aparências enganam é tão óbvio quanto é óbvio que quase ninguém deixa de se enganar sempre com isso: a principal arma da sedução é cegar instantaneamente por um tempo, a arma da verdade é mostrar-se lentamente com o tempo. O sedutor trabalha rápido gerando ilusão, a verdade passo a passo, porque sem seduzir, demora a ser reconhecida.

Hino aos Orixás

No infinito do Cosmos, está comprovada a máxima de que a capacidade de entregar resultados baseados em competência e suor é inversamente proporcional à prática de entregar-se de corpo e alma à bajulação ou puxa-saquismo.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A Arte do Xamã: http://templodaluaterapias.com/xama__a_morte_do_xama.htm

À medida que a roda da vida gira, todos os seres humanos chegam aos lugares em que deverão aprender lições idênticas. É neste momento que a morte do xamã entra em cena. Cada vez que a lição de um determinado raio da roda de vida é aprendida, a roda gira para que já comece a aparecer a lição contida no raio seguinte.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Joseph Campbell, o mitólogo indispensável.

Se você ainda não leu Joseph Campbell (1904-1987), não sabe o que está perdendo. Campbell investigou, ao longo de toda sua vida, a evolução das religiões. Na obra As máscaras de Deus, dividida em 4 volumes: Mitologia primitiva, Mitologia oriental, Mitologia ocidental e Mitologia criativa. Nela, o pesquisador conta como nasceram os mitos que deram origem a religiões em todo o mundo. Aponta semelhanças, mostra o lado oculto e desvela as metáforas das histórias mitológicas, mas principalmente indica às mentes estreitas que os mitos tendem a se tornar História, o que é
Campbell conta sobre um trecho do livro sagrado do budismo, onde Buda estica uma das mãos e de cada dedo sai um tigre que ataca seus inimigos. Se estivesse na Bíblia, esse mesmo trecho tendo Jesus Cristo como protagonista, os crentes iriam jurar de pés juntos que foi desse jeito que aconteceu.
Como disse Alan Watts (Myth and ritual in Christianity): “O Cristianismo foi interpretado por uma hierarquia ortodoxa que degradou o mito até convertê-lo em ciência e história. [...] Porque quando o mito é confundido com história, ele deixa de aplicar-se à vida interior do homem.”
Campbell diz que em todo Oriente prevalece a idéia de que o último plano da existência é algo além do nosso pensamento e nosso entendimento. Sendo assim, podemos acreditar no mistério mas não racionalizar ou querer situá-lo histórica e geograficamente. Lá não há o culto como conhecemos no Ocidente. Linhas de pensamento religioso orientais são: “Saber é não saber, não saber é saber” (Upanishad). “Isto és tu” (Vedas). “Os que sabem permanecem quietos” (Tao Te King). Chegar ao outro lado da margem do pensamento para encontrar paz e bem-estar é a finalidade do mito oriental.
No mito ocidental existe sempre um criador e uma criatura e os dois não são o mesmo – estão sempre em conflito e sempre há alguém ou algo a atrapalhar, incomodar: um diabo, um extraviado da criação. Diante da pouca importância que o homem tem diante de um Deus tão exigente, ele deve se ajoelhar e servir e não questionar e obedecer a parâmetros sempre ditados por alguma instituição, uma igreja, uma denominação. É uma religião de subserviência, cuja gestão é o conflito e o terrorismo psicológico.
Para Campbell, as grandes metáforas das religiões não podem ser entendidas como realidade e não podem atrapalhar o avanço científico da sociedade; não podem interferir na paz entre países, nem em angústias para as pessoas; não podem restringir o direito de amar – ora vejam! –, nem provocar ódio. As grandes metáforas das religiões deveriam ser poesias para os ouvidos – mas ninguém quer saber de poesia!
*

Horizontalidade x verticalidade

A horizontalidade é tão importante quanto a verticalidade. A primeira abre o leque de opções, a segunda aprofunda. A primeira sozinha produz futilidade e pseudo intelectuais. A segunda produz sabedoria, desde que que se tenha passado pelas referências da primeira.

A mente

A mente é como um paraquedas. Só funciona mesmo quando abrimos.
É asim que os dogmas vão cair todos, um a um.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Oração Xamânica ao Grande Espírito

GRANDE ESPÍRITO

Oh! Grande Espírito, que criou tudo antes e que reside em cada objeto, em cada pessoa e em todos os lugares, nós acreditamos em Ti. Nós Te invocamos dos mais distantes lugares para nossa presente consciência.

Oh! Grande Espírito do Norte, que dá asas às águas do ar e rola a grossa tempestade de neve antes de Ti. Tu, que cobres a Terra com um brilhante tapete de cristal, principalmente onde a profunda tranquilidade de cada som é maravilhosa. Tempera-nos com a força para permanecermos como parte da nevasca; sim, faça-nos agradecidos pela beleza que flui e se aprofunda sobre a quente Terra em seu despertar.

Oh! Grande Espírito do Leste, a Terra do Sol Nascente. Tu que seguras em Tua mão direita os anos de nossas vidas e em Tua mão esquerda as oportunidades de cada dia. Sustenta-nos para que não esqueçamos nossas oportunidades, nem percamos em preguiça as esperanças de cada dia e as esperanças de todos os anos.

Oh! Grande Espírito do Sul, cujo quente hálito de compaixão derrete o gelo que circunda nossos corações, cuja fragrância fala de distantes dias de primaveras e verões, dissolve nossos medos, transmuta nossas aversões, acenda nosso amor em chamas de verdade e existentes realidades. Ensina-nos que aquele que é forte é também gentil; que aquele que é sábio tempera justiça com piedade; e aquele que é um verdadeiro guerreiro combina coragem com compaixão.

Oh! Grande Espírito do Oeste, a Terra do Sol poente, com Tuas elevadas e livres montanhas, profundas e extensas pradarias, abençoa-nos com a sabedoria da paz que segue a contenção e a liberdade de quem vive como túnica flutuante nas asas da vida bem - disciplinada. Ensina-nos que o fim é melhor que o começo e que o por do sol não glorifica nada em vão.

Oh! Grande Espírito dos Céus, em dias de infinito azul e misturado às infindáveis estrelas da noite de cada estação, lembra-nos o quanto és imenso e bonito e majestoso além de todo o nosso conhecimento ou saber, mas que também não estás tão longe de nós, quanto o mais alto de nossas cabeças ou o mais baixo de nossos olhos.

Oh! Grande Espírito da Mãe Terra sob nossos pés; Mestra dos metais; Germinadora das sementes e Celeiro de ocultos recursos da Terra, ajuda-nos a dar graças incessantemente pela Tua presente generosidade.

Oh! Grande Espírito de nossas almas, que ardes há tempos em nosso corações e em nossas profundas aspirações, fala-nos agora e sempre de tudo que precisamos saber sobre a grandeza e bondade de Teus presentes para a vida, para sermos orgulhosos do inestimável privilégio de viver.

1996 Noel Knockwood, B.A. Elder

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Aprendizado

Um problema com a aprendizagem é que uma vez que algo é aprendido vira costume e não reconsideramos mais nada sobre isso. Continuamos a operar de uma maneira subótima, baseados em respostas não examinadas, transformadas em hábito por exeperiências anteriores. E nos fechamos à evolução do aprendizado.

domingo, 31 de julho de 2011

A justiça, a safadeza, a inteligência e a sabedoria

Conta uma antiga lenda que, na Idade Média, um homem muito religioso foi injustamente acusado de ter assassinado uma mulher.
Na verdade, o autor era pessoa influente do reino e, por isso, desde o primeiro momento procurou-se um "bode expiatório" para acobertar o verdadeiro assassino.
O homem foi levado a julgamento e o resultado foi a forca.
Ele sabia que tudo iria ser feito para condená-lo e que teria poucas chances de sair vivo desta historia.
O juiz, que também estava combinado para levar o pobre homem à morte,
simulou um julgamento justo, fazendo uma proposta ao acusado que provasse sua inocência.
Disse o juiz: - “Sou de uma profunda religiosidade e por isso vou deixar
sua sorte nas mãos do Senhor; vou escrever em um pedaço de papel palavra INOCENTE e noutro pedaço a palavra CULPADO. Você sorteará um dos papéis e aquele que sair será o veredicto”.
”O Senhor decidirá seu destino, determinou o juiz”.
Sem que o acusado percebesse, o juiz separou os dois papéis, mas em ambos
escreveu CULPADO de maneira que, naquele instante, não existia nenhuma chance do acusado se livrar da forca. Não havia saída. Não havia alternativas para o pobre homem.
O juiz colocou os dois papeis em uma mesa e mandou o acusado escolher um.
O homem pensou alguns segundos e pressentindo a vibração, aproximou-se
confiante da mesa, pegou um dos papeis e rapidamente colocou-o na boca e o engoliu.
Os presentes ao julgamento reagiram surpresos e indignados com a atitude
do homem.
- Mas o que você fez? E agora? Como vamos saber qual seu veredicto?
- É muito fácil, respondeu o homem - basta olhar o outro pedaço que sobrou e saberemos que acabei engolindo o seu contrário.

Imediatamente o homem foi libertado.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O grito que não cala

Corre a bocas pequenas e largas num sussurrar ainda tímido, mas que não se cala, um desejo desesperado de um ressuscitar/revolucionar de muitas vertentes.
Dizem alguns que será um novo maio de 1968, um novo Woodstock, uma nova emergência Hippie.
Há aqueles que dizem que Jesus finalmente voltará, ou será um novo Krishna, Maomé, David, Moisés ou Buda reencarnado?
Corre em pensamentos diversos que finalmente ciência, religião e filosofia se encontrarão num salto quântico vindo não se sabe como, talvez trazido por um cometa, um tal planeta X ou um tal 2012 dos Maias.
Corre em sentimentos inúmeros que Imagine de John Lennon será reality.
Que a Sociedade Alternativa de Raul Seixas estará finalmente Viva!
Corre que À Flor da Pele de Chico Buarque será respondida, explicando todos os Que Será.
Corre por aí que virá soprada pelo vento uma nova vida como desejou Bob Dylan.
Corre pela internet o som de uma batucada afro-brasileira, trazendo a força das sete linhas de umbanda para revelar ao mundo uma nova libertação dos escravos do sistema.
Corre pelas veias de milhões que o Super Homem de Nietisch está chegando, cantando One Love de Bob Marley
Corre pelas páginas dos jornais jamais escritos que chegou a hora em que um índio descerá de uma estrela colorida brilhante, de uma estrela que virá numa velocidade estonteante e pousará no coração do hemisfério sul.
Corre pelas redes sociais que o tempo deixará de existir e tudo que haverá é o aqui e agora, encontrando-se todas as tribos e idades
Corre por um rio tranqüilo e rebelde, porque ainda não poluído, que um sábio barqueiro chamado Vasudeva, sairá das páginas de Sidarta de Herman Hess para algum lugar do Nordeste, e ali discursar sobre o sertão virar mar e o mar virar sertão, com a benção de Padinho Cícero
Corre que it’s time now, do you remember?
When the moon is in the Seventh House
And Jupiter aligns with Mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars
Corre que todos vão deixar tudo isso correr, porque ocorrer tudo isso é tudo que se quer
Sarava Hare Om

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Psciologia Transpessoal

Vale a pena conhecer, vale a pena aprofundar. A psicologia transpessoal é uma abordagem da Psicologia, considerada por Abraham Maslow (1908-1970) como a "quarta força", sendo a primeira força a Psicanálise, seguida do comportamentalismo, e do Humanismo. É uma forma de sincretismo teórico, que abarca conteúdos de muitas escolas psicológicas, como as teorias de Carl G. Jung, Maslow, Viktor Frankl, Fritjof Capra, Ken Wilber e Stanislav Grof. Surgiu em 1967 junto aos movimentos New Age nos EUA, pelo pensamento de Maslow, que dizia que o ser humano necessitava transcender sua Psique, conectando-se a outras realidades, procurando pela Verdade, de forma a entender sua existência e ajudar a si próprio.

A psicologia transpessoal tem entre seus objetos de trabalho e pesquisa os estados não ordinários de consciência que abrangem das experiência com alucinógenos (Grof, Huxley) aos estados místicos das tradições religiosas mundiais. Ken Wilber, um dos seus principais teóricos, em O Espectro da Consciência propõe uma cartografia do ser que abrange do físico ao psíquico e deste ao espírito. Por isso a transpessoal tem atraído cientistas, especialmente da física, como Goswami e Rocha Filho, que fazem a conexão entre o conhecimento científico padrão e as observações e proposições transpessoais. Assim, a psicologia transpessoal abrange o ego, como as demais escolas de psicologia, e os estados além do ego (transpessoal), inclusive nas suas manifestações aparentemente materiais. No Brasil a psicoterapia transpessoal encontrou ressonância com a tradição espírita, e os fenômenos mediúnicos passaram a ser estudados no contexto dos estados alterados de consciência.

Considerando que alguns dos teóricos desta abordagem não provêm da medicina ou da psicologia, mas sim das ciências exatas ou naturais, e que alguns fenômenos estudados por esta abordagem tem excedido os limites da psicologia acadêmica oficial, pesquisadores e terapeutas contemporâneos vêm denominando-a simplesmente de Transpessoal. Essa alteração de nomenclatura representa uma ruptura da ligação exclusiva com a psicologia, permitindo que estudiosos de outras áreas do conhecimento, interessados nos estudos transpessoais, possam participar de estudos e pesquisas em situação de igualdade com os médicos e psicólogos.

Como vem acontecendo com relação à psicologia analítica, também a transpessoal tem construído um diálogo produtivo com a física moderna e contemporânea, especialmente na busca da compreensão dos fenômenos que violam princípios energéticos e temporais (ver Física e Psicologia e Goswami). Com isso a psicologia transpessoal amplia gradualmente seu campo de ação, e hoje pode-se encontrar educadores, biólogos, filósofos, odontólogos e outros profissionais envolvidos em estudos e pesquisas desta abordagem.

sábado, 23 de julho de 2011

25 de Julho, o Dia fora do tempo dos Maias

O Dia-Fora-do-Tempo é um dia especial da cultura galática, previsto para celebrar o processo evolutivo da humanidade. O Dia-Fora-do-Tempo é considerado um momento de grande intensidade energética, no qual os seres de luz trabalham para alinhar a humanidade com a harmonia do Universo. A filosofia do Dia Fora do Tempo é "Tempo é Arte". O emblema principal do Dia Fora do Tempo é a bandeira da paz. O Dia Fora do Tempo é um convite a artistas e pessoas criativas em todos os lugares para criar uma celebração ao longo desse dia para a vida, o amor, a arte e o perdão universal, marcando uma nova era de paz e harmonia e o nascimento de uma nova Terra Galáctica.
O dia fora do tempo é uma grande oportunidade de reciclar, recomeçar, recarregar as energias, liberar o que já não é mais preciso, agradecer por tudo que foi recebido no período anterior em todos os aspectos. Agradecendo inclusive mesmo os momentos aparentemente ruins ou dramáticos, pois terão sido importantes aspectos de nosso aprendizado e evolução como seres humanos cuja essência é espiritual. Nesse dia que manifesta uma maior conexão com a Essência Geradora, os antigos Maias reservavam muito tempo para orar, meditar e receber a orientação interior quanto aos próximos passos a serem dados no Caminho em direção a evolução espiritual.
No dia 26 de Julho recomeça um novo ciclo com o nascimento astronômico de Sirius, que se eleva no horizonte junto com o Sol, trazendo uma energia de limpeza e purificação interior, trabalhando sutilmente nossos corpos sutis, principalmente o emocional.
O novo ciclo será regido pela Lua (Lua Planetária Vermelha) estimulando a necessidade de limpar casa, relacionamentos, pensamentos, medos, culpas, tristezas, mágoas; enfim, largando de vez ‘aquela mala sem alça’, é o ano propício para a cura emocional e de atitudes e a reciclagem de costumes e valores a favor do amor, a comunhão e o belo.

Sabedoria Cherokee

Eu caminho para dentro e para fora de muitos mundos. Em minha mente, há muitas moradas. Cada uma destas, criamos nós mesmos: a morada da raiva, a morada do desespero, morada da autopiedade, morada da indiferença, morada do negativo, morada do positivo, morada da esperança, morada da alegria, morada da paz, morada do entusiasmo, morada da cooperação, morada da doação. Cada uma dessas moradas visitamos todos os dias. Podemos permanecer em cada uma delas o tempo que quisermos. Podemos abandonar cada uma dessas moradas mentais no momento que desejarmos. Nós criamos a casa, nós ficamos na casa, nós saímos da casa quando bem quisermos. Podemos criar novos aposentos, novas casas. Quando entramos nestas moradas elas tornam-se nosso mundo até que a deixemos por outra. Grande Espírito, ninguém pode determinar a morada que devo escolher entrar. Ninguém tem o poder para isso, a não ser eu mesmo. Permita-me que hoje eu escolha sabiamente. Joy Harjo,Cherokee

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A Porta

A grande missão de todos nós é a descoberta do Eu Superior dentro de cada um, também chamado de Eu Crístico, é o divino vivendo em nós. Para descobri-lo, temos que tirar as máscaras do ego, que impedem a comunicação com Ele: vaidade, arrogância, prepotência, hábitos negativos emocionais e de pensamento, palavras ruins, fofocas, enfim, tudo que é nocivo ao amor e à fraternidade. O amor, que se abre no chacra do coração, é a porta.

terça-feira, 19 de julho de 2011

animais de poder

Águia - Iluminação, a visão interior, invocada para poderes xamânicos, coragem, elevação do espírito a grandes alturas;
Aranha - Criatividade, a teia da vida, manifestação da magia de tecer nossos sonhos;
Abelha - Comunicação, trabalho árduo com harmonia, néctar da vida, organização.
Alce - Resistência, auto-confiança, competição, abundância, responsabilidade.
Antílope - Cautela, silêncio, consciência mística através da meditação, calma, ação.
Baleia - Registros da Mãe Terra, sons que equilibram o corpo emocional, origens;
Beija-flor - Mensageiro da cura, amor romântico, claridade, graça, sorte, suavidade;
Borboleta - Auto-transformação, clareza mental, novas etapas, liberdade;
Búfalo - Sabedoria ancestral, esperança, espiritualidade, preces, paz, tolerância;
Cabra/cabrito - Determinação para ir ao topo, nutrição, brincadeiras.
Camelo - Conservação, resistência, tolerância.
Canguru - Proteção maternal, coragem para seguir em frente nas fraquezas.
Castor - Novos canais de pensamentos, construção, segurança, conforto, paciência.
Cisne - Graça, fidelidade, ritmo do Universos, ver o futuro, poderes intuitivos, fé.
Coiote - Malicia, artifício, criança interior, adaptabilidade, confiança, humor.
Coelho - Fertilidade, medo, abundância, crescimento, agilidade, prosperidade.
Condor - Idem a águia, é um dos filhos do Sol no Peru, representa o Mundo Superior.
Coruja - Habilidades ocultas, ver na escuridão, a vigília, a sombra, sabedoria antiga.
Corvo - Guardião da magia, mistério, predições, mensageiro, dualidade, assistência.
Cavalo - Poder interior, liberdade de espírito, viagem xamânica, força ,clarividência;
Cachorro - Lealdade, habilidade para amar incondicionalmente, estar a serviço;
Cobra - Transmutação, cura, regeneração, sabedoria, psiquismo, sensualidade;
Coiote - Malícia, artifício, criança interior, adaptabilidade, confiança, humor.;
Coruja - Habilidades ocultas, ver na escuridão, a vigília, a sombra, sabedoria antiga;
Doninha - Poderes ocultos, vivencia, poder de esconder, observações, segredos.
Elefante - Longevidade, inteligência, memória ancestral, ancestrais enterrados.
Esquilo - Divertimento, planos futuros, reunião, observar o óbvio.
Esturjão - Determinação, sexualidade, consistência, profundidade, ensinamento.
Falcão - Precisão, mensageiro, olhar a volta, abertura a distância, oportunidades.
Formiga - Comunidade perfeita, paciência, trabalho duro, força, resistência, agressividade.
Gaivota - Voar através da vida com calma e esforço para alcançar objetivos.
Gambá - Campo de proteção, reputação, repelir quem não o respeita, respeito.
Gato - mistérios, poderes mágicos, sensualidade, independência, visões místicas, limpeza.
Galo - Sexualidade, fertilidade, oferendas, cerimônias, altivez.
Girafa - Calma, inspiração para se atingir grandes alturas, suavidade, doçura.
Golfinho - Pureza, iluminação do ser, sabedoria, paz, amor, harmonia, comunicação.
Gorila - Sabedoria, inteligência, adaptabilidade, guardião da terra, habilidade.
Guaxinim - Bom humor, limpeza, sobrevivência, tenacidade, inteligência, folia.
Hipopótamo - Desenvolvimento psíquico, intuição, ligação água-terra, aterramento.
Jacaré - Instinto de sobrevivência, o inconsciente profundo, o caos que precede a criação.
Jaguar - A busca em águas da consciência, mensageiro, interação mente e alma.
Javali - Comunicação entre pares, expressividade, inteligência.
Lagarto - Otimismo, adaptabilidade, regeneração, sonhos, renovação, transformação.
Leão - Poder, força, majestade, prosperidade, nobreza, coragem, saúde, liderança, segurança, auto-confiança.
Leopardo - Conhecimento do subconsciente, compreender aspectos sombrios, rapidez.
Lince - Segredos, conhecimento oculto, tradição, ouvir para o crescimento.
Libélula - Ilusão, ventos da mudança, comunicação com o mundo elemental.
Lobo - Amor, relacionamentos saldáveis, fidelidade, generosidade, ensinamento.
Macaco - Inteligência, bom humor, alegria, agilidade, perícia, irreverência, amizade.
Minhoca - Regeneração, resistência, auto-cura, transformação.
Morcego - Renascimento, iniciação, reencarnação, habilidades mágicas.
Onça - Espreita, proteção de espaço, silencio, observação. Precisão.
Pantera - Mistério, sensualidade, sexualidade, beleza, sedução, força, flexibilidade.
Pato - Desenvolvimento de energia maternal, fidelidade, nutrição energética.
Peru - Dar e receber, transcendência, dádivas, celebração.
Porco-Espinho - Fé, confiança, inocência, inspiração para realizações, dentro da essência.
Puma - Força, mistério, silêncio, sobrevivência, velocidade, graça, liderança, coragem.
Pica-Pau - Regeneração, limpeza, comunicação, proteção, unido aos Espíritos do trovão.
Pingüim - Viver em comunidade, fidelidade, lealdade nos romances.
Pombo - No cristianismo simboliza o Espírito Santo, paz, comunicação, mensagem.
Raposa - Habilidade, esperteza, camuflagem, observação, integração, astúcia.
Rato - versatilidade, alerta, introspecção, percepção, satisfação, aceitação.
Salmão - Força, perseverança, nadar contra a maré, determinação, coragem.
Sapo - Evolução, limpeza, transformação, mistérios, humor, ligado a chuva.
Tartaruga - Estabilidade, organização, longevidade, paciência, resistência, proteção, experiência, sabedoria, Mãe-Terra.
Tatu - Limites, doas dá a armadura, limites emocionais, protege a saúde.
Texugo - Agressividade, coragem, formar, alianças, persistência, agir em crise.
Tigre - Aproximação lenta, preparação cuidadosa, aproveitar oportunidades.
Touro - fertilidade, sexualidade, poder, liderança, proteção, potencia.
Urso - Introspecção, intuição, cura, consciência, ensinamentos, curiosidade.
Vaga-Lume - Iluminação, entendimento, força de vida, luz e escuridão, maravilhas.
Veado - Delicadeza, sensitividade, graça, alerta, adaptabilidade, coração/espírito, gentileza.

Animais Místicos

Cavalo Alado - Elevação, transmutação, beleza, viagem astral,aventuras, mistério, fascínio.
Centauro - Instinto animal, ligação homem-animal, anarquia, sexualidade, fertilidade, cura.
Dragão - Potência e força viril, proteção Kundalini, calor, mensageiro da felicidade, senhor da chuva, fecundação, força vital.
Elefante Branco - Força, bondade, escolha de caminhos, ligações extraterrestres, mistério.
Fênix - Renascimento, fascínio, animal do Sol, imortalidade da alma, elevação, purificação.
Sátiro - Libertinagem, divertimento, impulso sexual, instintos, fantasias sexuais.
Unicórnio - Rapidez, mansidão, pureza, salvação, espiritualidade, inofensivo.

Liderança

Quanto maiores as proibições e as restrições, mais empobrecidas são as pessoas. Impeço-me de me impor às pessoas, e elas tornam-se elas próprias. E tudo flui.

terça-feira, 12 de julho de 2011

2º Manifesto. O tempo.

Dizemos muitos de nós:
- Sim, não, estou velho, velho moço, moço velho, cheguei até aqui com muitos anos acumulados, é muito, é pouco, é muito pouco tempo.
É tarde, é cedo, é começo, recomeço
Uma ponte infinitamente larga no tempo, vou atravessando,
Cansado, disposto, a dor que me rasga por dentro e com reflexos no corpo é a mesma disposição para nascer de novo e fazer tudo diferente outra vez
Atravessar o portal das 7 cores, 7 ondas, 7 notas musicais
Numa melodia sem começo nem fim
Estou só com todos, todos sós comigo,
Eu, sentindo estar nesse momento com todas as idades.
Criança, adolescente, adulto, meia-idade, velho, moço,
Tempo, é sempre tempo, respeito este senhor, senhor? Quem disse que o tempo tem idade? O tempo como concebo, se é uma personalidade, também tem todas as idades, o tempo senhor é atemporal por execelência, senão não seria o senhor do tempo
E eu, como seu filho, digo o mesmo sobre mim mesmo
Se olho pra ele, em mim, com o fardo da idade, é assim que ele me aparece
Se o olho no embalo de um pulsar gritantemente jovem, ele surge diante de mim como um jovem para sempre, apesar de não abrir mão de deixar suas marcas em meu corpo. Corpo desenhado pelo tempo, artisticamente planejado no acender e no desligar aos poucos para poder partir para outros tempos em outros espaços.
Espaços irmãos do tempo, interligados, concetados, amantes desvairados sob a lei. Esperar ou fazer a hora acontecer? Um eterno dilema, assim como livre arbítrio e destino, correntes que puxam, mas que nelas você navega ou nada como puder ou quiser, ambos.
Sincronicidade. Mistério do tempo, que emerge sem pedir licença, fazendo a roda girar quando menos se espera, balançando tudo à sua volta. É quando você pede, implora pra sair rápido dali ou agradece pela graça enfim concedida, após ser julgado merecedor em algum tribunal do tempo.
É, meu velho amigo Sócrates, isso mesmo, só sei que nada sei e nem disso tenho certeza. E me curvo ao senhor tempo sabendo que além dele há o senhor atemporal, como há inúmeras hierarquias divinas, governos ocultos que tudo regem e nós, sujeitos a leis que muitas desconhecemos, estamos ligados a todas elas, pedindo licença, buscando a boa sintonia.
Encontrei momentos em que me encontrava vivendo instantes nós quais me encontrei, e busco o momento do encontro para sempre. O sair da Matrix, como será? Certamente, um outro tempo, de uma beleza indescritível, incomunicável.
Em meio a tantas possibilidades, a tantos caminhos, por que escolhemos aqueles que nos trouxeram até aqui? Em que medida fizemos o que pudemos, escolhemos o erro em vez do acerto? Vivos talvez há milhares ou milhões ou bilhões de anos, fomos trilhando percursos só nossos, com uma individualidade construída a partir de uma nota única, tocada de um jeito que fomos aprendendo, com o peso das próprias escolhas, construindo e sendo levados por um destino do qual não fazemos ideia, mas que com a fé, com a força do querer, do implorar aos deuses, vamos navegando, porque navegar é preciso e viver está implicito.
Nas oscilações deste barco da vida, entre desesperos, esperanças, momentos lindos, tristes, rotineiros e criativos, vamos tocando e aprimorando o domínio sobre nosso instrumento que parece tão indomável. Corpo, mente, alma, espírito. Mal nos conhecemos. Nem a nós nem aos outros. Não, não há nenhum motivo para soberba. Humilhados pelos acontecimentos trágicos, envaidecidos pelos sucessos passageiros, procuramos o caminho do meio, onde nem tanto ao mar nem tanto à terra, temos um centro. Coluna ereta, coração tranquilo, buscamos esta postura que não se fixa, nos movemos.
Tanto em comum, eu sou você de um modo diferente. Todos os eus são únicos e semlhantes de algum jeito, interconectados numa grande teia, tecida por nós e pelo destino, ao mesmo tempo. Tempo que nunca se repete, que tudo transforma de alguma maneira. Nos curvamos, nos ajoelhamos, na pequenez reconhecida quando enxergada por trás das superficialidades aprendidas na cultura, na sociedade, em família, em tudo, em todos.
Ilusão, tentando afastá-la para penetrar na verdade sem dono, sem receitas, sem credos, limpa e transparente, nos vemos sujos na superfície, que só deixamos no silêncio, com a mente quieta, emoções afastadas, lago sem vento para ver o fundo de nós mesmos.
Caímos às profundezas, subimos, descemos, subimos, mergulhadores da vida muitas vezes só encontramos a luz no fundo da terra, kundalini serpente que sobe para receber a luz solar na coroa da cabeça. Sol do fundo, sol de cima, só possível com o sol de dentro.
Caminhamos. Saudamos o Sol, a Luz, as Estrelas, vagalumes da eternidade, voamos sonhando andorinhas, águias, gaivotas, gaviões. Estupradores da nantureza, tentamos pedir perdão a ela, refazendo tudo após tanta destruição.
Saudamos a Grande Mãe e pedimos perdão, misericórdia, clemência, piedade.
Alcançar o futuro é regressar ao natural de algum jeito. É reconectar o caminho certo. Refazer a caminhada. Arrumar o o passado no presente. Desvencilhar-se de ambos e puxar o futuro para agora. Dar-se um novo presente.
Tempo. O novo nos espera a todo momento. Tempo? Seria o novo um salto quântico criativo que, do atemporal, suge na temporalidade? A arte de criar é o salto. Criaturas criadoras, esta é nossa grande força inserida na Força Maior.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Arte Visionária de Olivia Curry

O Divino Feminino se destaca na obra de Olivia Cury: http://www.zamnesia.es/blog-serie-arte-visionario-olivia-curry-n136