quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Teosofia. Nunca confunda com teologia.

A Teosofia é um conjunto de conhecimentos provindos da mais remota antigüidade. A palavra Teosofia vem da fusão de duas palavras gregas: Theos — que significa Deus, e Sophia — Sabedoria. Portanto, etimologicamente falando, Teosofia é Sabedoria Divina. Este termo é encontrado pela primeira vez no século II, aplicado pelo filósofo Ammonius Saccas (160-242), considerado o fundador da Escola Neoplatônica. Assim como Sócrates, ele aconselhava, aos que dele se aproximavam, que meditassem sobre o céu e a terra. Parece que não deixou nada escrito, sendo oral todo o seu ensinamento. Consta que não foi discípulo de ninguém. Era filósofo de nascença. Pela extraordinária bondade, seus discípulos — entre os quais figuravam Longinos, Orígenes e Plotino — o chamavam de Theoditaktos, que significa: o instruído por Deus. A origem desse sistema de conhecimentos, chamado Teosofia, perde-se na noite dos tempos. Sempre existiu, em todos os locais e épocas, um conjunto de regras transmitidas oralmente pelo mestre aos discípulos após terem sido estes submetidos às necessárias provas. A Teosofia constitui assim a base comum, o ponto de encontro de todas as Ciências, Filosofias e Religiões. Segundo afirma Jung no Ensaio já citado: "Não existe cultura primitiva que não tenha possuído um corpo, às vezes desenvolvido, de doutrinas iniciáticas secretas representando preceitos relativos às coisas obscuras que se situam além da vida humana diurna e suas lembranças. Os clãs dos homens e os clãs totêmicos tinham por finalidade proteger esse saber ensinado nas iniciações masculinas. A antigüidade fez o mesmo. Seus mistérios e mitologia tão ricos não são mais que uma relíquia de escalões mais antigos de experiências semelhantes".

Com o aparecimento da escrita, parte desses conhecimentos foram gravados, permitindo sua chegada até nós. Os hindus chamam esse sistema de conhecimento Brahma Vydia — A Sabedoria Divina. Os egípcios também a conheciam e citavam corno seu criador Pot Amoun, que viveu no início da dinastia dos Ptolomeus. Os mistérios de Ísis eram o veículo da transmissão desses conhecimentos. Os gregos tiveram plena ciência dela. Os mistérios de Delfos, Elêusis Deméter, Dionísio e tantos outros, difundidos pela Grécia e Ásia Menor, atestam isso perfeitamente. Na Sicília o grande Pitágoras a explicava aos discípulos envolta na simbologia dos números e formas. Havia em Roma os mistérios de Cibele, Atis e Ceres. Em Alexandria os já citados neoplatônicos Amonius de Saccas, Plotino, Porfírio, Jâmblico. No gnosticismo com Valentim e Basíledes. Entre os místicos de todas as épocas a Teosofia está revelada, constituí a Filosofia Perene de Leibnitz que embebe todas as filosofias. Ruysbroeck, Santa Gertrudes, Mestre Eckhart, Hildegarda, Suso, Jacob Boehme, Catarina de Siena, São Francisco de Assis, Francisco Sales, no Ocidente; Patanjali, Viasa, Mahavira, Sankara, Valmiki, Lao-Tsé, Milarepa, Nargajuna e tantos outros, no Oriente, são os que mais se destacam. Em suma, em todo o mundo, se cavarmos as camadas superpostas que constituem o conhecimento humano, encontraremos a base comum na Teosofia, raiz desse conhecimento. Em alguns lugares à flor do solo, em outros no fundo dos abismos.

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