terça-feira, 31 de outubro de 2017

Ateu e religioso

domingo, 22 de outubro de 2017

Viagem à Terra.

Venho de muito longe, não sabia nada daqui, só sabia que seria uma experiência muito difícil por ter que lidar com o novo e inesperado, com toda sorte de sentimentos e forçar minha mente para tentar compreender o jamais visto por mim. Desconhecia completamente as relações humanas por aqui, como se davam, por que se davam, no quê se inspiravam, no quê era ou não estimulante para seres tão iguais e tão diferentes entre si. Ah, como foi duro entender, um processo lento, vagaroso, passo a passo, com muitas nuances de dor e de uma alegria nunca tocada. Tropecei, ah como tropecei, caí e morri tantas vezes neste processo, e agora na maturidade plena, despertam algumas respostas, mas há tanto a descobrir. Acostumei-me nos últimos tempos a viver equilibrando-me numa corda suspensa entre montanhas, entre as polaridades da vida e da morte, do desejo de partir e do ficar para realizar alguns sonhos. Senti medo, muito medo, ainda sinto. Não me lembro do contrato que assinei para as experiências nesta jornada, das cláusulas que permanecem para mim desconhecidas, só vislumbro numa leve intuição de algum acordo que devo ter feito para aprender neste planeta o que jamais aprenderia em outro lugar. Ao vir para cá assumi um passado nesta Terra que passou a ser meu, mesmo que aqui não vivido, o passado de todos os povos de todos os tempos que caminharam nestas paradas pelos quatro cantos do mundo. Uma longa jornada que se incorporou aos meus corpos, que me passou o dever de compreendê-la e vivê-la em toda sua extensão. Da floresta às grandes cidades, da roda às tecnologias modernas na era da informática, do tacape à bomba atômica e de hidrogênio, tudo foi se incorporando em mim. Todas as formas de religiosidade, de ciência, filosofia, topas as vivências em culturas as mais díspares, todas as profissões, todas as condições sociais, todos os sistemas, do tribal, do feudo ao capitalismo contemporâneo. Do mágico ao mecânico, da alquimia a Newton, Einstein e a física quântica. De alguns milhões a mais de 7 bilhões de habitantes. Passei a experimentar em mim um pouco de tudo. De amor, ódio, coragem, covardia, fraqueza, força, inveja, sucesso, fracasso, fé e ceticismo, mas para falar a verdade, muito mais fé do que ceticismo, pois algo em mim permaneceu forte em relação à certeza do divino que está em tudo e em todos; mas, apesar desta convicção, ela sempre necessitou ser muito mais forte do que até hoje tem sido. Para mim, o medo é o meu maior problema, introjetei-o de maneira profunda, desde o início, por isso acho que, na verdade, ele nasceu antes, à altura do contrato para a minha vinda, relutante. Se hoje eu sei que minha acasa original não é aqui, tenho que aprender que minha casa verdadeira é onde eu estiver no espaço-tempo e somente um dia além dele, à origem primeira. O ego, que hoje eu sei e vim aprender aqui a experimentá-lo intensamente, pouco importa diante do Eu Superior que habita em todos nós e que nosso maior dever na evolução é despertar essa consciência. Aliás, esse é o único propósito de tudo isso. A viagem prossegue por aqui, não sei até quando.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Espiritualidade, Filosofia e Ciência

Há os espiritualistas que não ligam para a filosofia. E há os filósofos que não ligam para a espiritualidade. Há os cientistas que não ligam para a filosofia e a espiritualidade. Há os espiritualistas e filósofos que não ligam para a ciência. Isolados perdem a liga, não pegam a ponte, nem o trem, nem o ônibus, nem o avião da vida.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Estamos nascendo agora!

ESTAMOS NASCENDO AGORA. Somos filhos da alegria e da tristeza, do prazer e da dor, ora saudamos dionísio, ora saudamos a Deusa Reflexão. Somos inconstantes, pois nada é permanente, mas temos além da individualidade a vontade do coletivo, feito de bilhões de seres conectados, ora festejando, ora chorando, sempre em transformação. Somos críticos com a razão e a emoção...porque queremos sempre ir além, adiante, não nos conformamos, não somos conforme queiram. Somos gratos pela vida e suas bençãos, mas somos corajosos para enfrentar os ególatras do sistema, que querem tudo pra si. Festejamos todos os seres por existirem, mas não fugimos das batalhas contra os seres que prejudicam outros seres. Somos generosos, mas também somos guerreiros. Somos amor, mas também somos feras. Somos deuses, mas também somos humanos. Ninguém nos convence facilmente do que não acreditamos. Temos ouvidos abertos e bocas fechadas quando é preciso. E ouvidos fechados e boca aberta quando sentimos a ameaça de quem nos quer inferiores e subalternos. Somos brasileiros nascendo neste instante de perigo. Estamos deixando de ser alienados. Aceitamos a vida, mas não o que vai contra ela. O futuro é sempre incerto e estamos em caminhada, sem medo. Estamos nascendo agora.

Pós verdade

Na era do espetáculo da pós-verdade, aparências, network e likes a qualquer preço, o que menos importa é a autenticidade, a solidariedade, o caráter, o talento e a verdade estampada na cara. A pior de todas as drogas hoje no Brasil é a hipocrisia covarde, com efeitos devastadores sobre o corpo e o cérebro da nossa nação. Vivemos de aparências e a meritocracia premia os melhores disfarces, as melhores atuações. Tudo que não for em conforme com o que se quer ouvir, por mais competente, bem-intencionado e verdadeiro, mesmo que fundamental para corrigir erros, é considerado inconveniente. São bem-vindas apenas palavras e obras de auto-ajuda que enriquecem seus autores, mas nunca tocam no que deve ser tocado individualmente e coletivamente. O poder de crítica construtiva é considerado subversivo e chato porque mostra os fatos e atrapalha a festa de quem desesperadamente quer festejar, independente de que este tipo de festa alienada seja uma ode ao relativismo absoluto, que nos impede de ver e andar para a frente.

sábado, 7 de outubro de 2017

Nossa posição no mundo.

Se perdermos de vista nossa posição no mundo, caímos, e o que mais se vê são bêbados equilibristas. Entorpecidos quase todos estamos, em menor ou maior grau, muitas vezes rindo quando se deve chorar e chorando quando se deve rir, sempre com medo de expormos nossa falta de compreensão, de um desespero escondido em querer entender o que se passa em nós e em nossa volta, sempre buscando um ponto de apoio para nos sustentarmos de pé. Entre fugir para o Himalaia ou pra selva amazônica e enfrentar 10 horas por dia o enfadonho dia a dia, tentamos permanecer num meio termo que se espelha em nossas escolhas nem tanto ao mar nem tanto à terra, sem conseguir evitar o balançando do barco e do trem com enjoos frequentes. Reis da contradição, procuramos sim um eixo, uma estrada tranquila com árvores para nos fazer sombra na caminhada para um destino incerto Precisamos nos manter em pé e para isso são inevitáveis as escolhas. Negar as opções e não escolher é aumentar a embriaguez.Não que às vezes ela não possa ser boa, ao contrário, há momentos que saudar Dionísio e beber alegremente é uma dose de salvação indispensável, como insulina para diabéticos. Sim, precisamos do êxtase, mas também de nos recolher para nos conhecer, para ter uma posição no mundo.

Marx com Jesus no céu

Quando Marx morreu, foi recebido para sua grande surpresa, ele que era ateu, por Jesus, e estava no céu. - Bem vindo, Marx, você fez um grande trabalho! E estava certo: a religião é o ópio do povo. Eu não fundei nenhuma, mas fizeram várias em meu nome. A única coisa que você não sabia é que a vida é sim eterna, e que só com amor poderemos modificar pra valer o homem e a sociedade, para que ela se torne mais fraterna, justa, com liberdade e igualdade, para que todos trabalhem por todos e o resultado do trabalho seja dividido por todos. Mas isso, para bom entendedor meia palavra basta, estava implícito em sua obra. Stalin, uma pena, não tinha nada a ver com você, não entendia nada do que é ser humano, e prejudicou muito a humanidade e tudo que você construiu, ele foi um Judas para sua obra. Mas deixe Stalin pra lá. Ele, como todos, um dia vai aprender na evolução. Você vai gostar muito daqui, Marx. pois aqui todos vivem num verdadeiro comunismo espiritualizado. E não poderia ser diferente, não é meu amado?

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

O plano astral

Eu tinha um parente que batia dia e noite no PT e no Lula, na Dilma e na esquerda. Era maçon e fazia campanha para o Bolsonaro. Ele se foi prematuramente... pelo que leio sobre o mundo astral, onde não há política partidária e o Governo é do pleno amor, onde todos são absolutamente iguais, sem favorecimentos, todos trabalhando em prol de todos, lá é muito mais parecido com um comunismo espiritualizado do que com um capitalismo selvagem, predatório, competitivo, excludente.