quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Pós verdade

Na era do espetáculo da pós-verdade, aparências, network e likes a qualquer preço, o que menos importa é a autenticidade, a solidariedade, o caráter, o talento e a verdade estampada na cara. A pior de todas as drogas hoje no Brasil é a hipocrisia covarde, com efeitos devastadores sobre o corpo e o cérebro da nossa nação. Vivemos de aparências e a meritocracia premia os melhores disfarces, as melhores atuações. Tudo que não for em conforme com o que se quer ouvir, por mais competente, bem-intencionado e verdadeiro, mesmo que fundamental para corrigir erros, é considerado inconveniente. São bem-vindas apenas palavras e obras de auto-ajuda que enriquecem seus autores, mas nunca tocam no que deve ser tocado individualmente e coletivamente. O poder de crítica construtiva é considerado subversivo e chato porque mostra os fatos e atrapalha a festa de quem desesperadamente quer festejar, independente de que este tipo de festa alienada seja uma ode ao relativismo absoluto, que nos impede de ver e andar para a frente.

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