domingo, 29 de novembro de 2015

Parto a Céu Aberto

Sopram palavras não ditas Que vão na direção certa Sua intuição vai sentir Quebrei-me por inteiro Rasguei-me pelo avesso para me reconstruir Me despi do velho personagem Cansei da mala pesada e atirei tudo fora Conheci o poço das memórias Lamaceiro surrado misturado a tantos nós de linhas horríveis Sustentadas por emoções confusas Emaranhadas de medos No fundo do poço havia um elemento surpresa Um abismo que se descortinou em nuvens Me convidando para um salto onde já era céu e não mais terra Saltei e no salto ouvi-me finalmente, de novo Meu espírito cantando uma canção xamẫnica Podia sentir o calor da fornalha Cipó e folha cozidos pela Grande Mãe, pelo Grande Pai Servido a todos os filhos Amor, Sabedoria, Força e Poder O eterno perfume da verdadeira família Eu estava só, absolutamente só, nascendo de novo Assistido por todos os guardiões, anjos , espíritos de luz Um parto a céu aberto nas alturas Nenhum temor Queda livre Sol, Lua e Estrela brilhando numa só aura Ajeitei meus braços para planar Senti a águia E voei Sim, eu estava voando Não era mais uma queda Assumi o controle do meu corpo em nudez escancarada Senti o vazio em sua plenitude Gritei num grito todos os gritos que havia sufocado Não havia mais passado Tudo era aquele momento E aquele momento se eternizava Lá estava ela A Terra Azul​ Eu me dirigia para ela Ouvi seu nome Vi seus olhos A verdadeira jornada é agora

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