quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Canção à beira do vazio.

Olha, não há nada pronto neste troço que se chama vida/há sutilezas em cada corte de espada, não cutuque à tôa esta canção que fala já perdida/não atravesse o barco como se fosse onda/ouça a minha voz lambida que escorre em seu pescoço/roa,mastigue o osso que sobrou daquele sonho/causa alvoroço meu silêncio na sua fala muda/não se espante se me ouvir distante falando baixo ao seu pé de ouvido/não há razão para se ter razão no desconexo despercebido/não há sentido no que perdeu suas raízes/flutua virgem sua paz no estrondo pavoroso deste fogo solto/mil formas de se ver além de tudo/ sem começo/ liberdade/nem cedo ou tarde/se assanha e arranha o universo/como se tudo não passasse de amor e sexo/junte tudo e se largue em reflexo/não sei aonde que cruzamos nossos passos/nossos destinos se tocaram e uma nota alta se ouviu no espaço/peço licença um instante para nos ver ao menos de verdade/nem que seja talvez quem sabe/ pode ser ou não desta vez a última vez

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