quinta-feira, 27 de agosto de 2015
SE NÃO FOR ASSIM, NÃO VÁ.
Se não for o que teu pulso clama por ter
Se não for o que teu coração chora por ser
Se não for o que teus olhos imploram por ver
Se não for o que tua boca grita incontida
Tua pele arrepia e salta pra vida
Tuas pernas dançam sem réguas
Teus pés sapateiam sem regras
Teus sentimentos explodem sem tréguas
Tua vontade for mais forte que tudo
Teu desejo mais louco do mundo
Tua certeza além de toda incerteza
Teu se lançar solto e profundo
Teu medo jogado no lixo
Teus pelos eretos apontando pro céu
Teu suor rasgando a terra e o véu
Tua timidez lançada ao mar
Teu pulmão estourando em deleite
Teu riso gargalhando sorrisos
Como em um exército de aflitos
Multidões em conflito
Urgência de cada micro ao macroorganismo
Tuas células arregimentando bandidos, santos, amigos e inimigos
Teu corpo em um orgasmo caótico, cósmico, profundo
Lambuzando todos os rumos
Uma bomba de todas as espécies
Detonando todos os inertes
Se não for assim, não, não, não, não
Não vá
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
A DOR E A PROPAGANDA
É chato falar de dor, ninguém quer ouvir, nem nós queremos ouvir a nossa. A dor não pode ser mostrada, o sofrimento não pode ser compartilhado, não há receptores para isso. A dor é jogada pra baixo, escondida na sombra, pois ela é mal vista. Não se pode sentir dor, pois ela é entendida como coisa de fracos. Estamos prontos para vibrar com palavras otimistas, de superação, sempre em moda. Apesar disso, todos sentimos muitas dores, principalmente em épocas difícieis como esta. Mas escondemos, camuflamos, empurramos pra baixo do tapete da alma, porque queremos ser bem vistos, sempre fortes, corajosos e imbatíveis. Falar da própria dor não é nada publicitário, é má propaganda. Assim, não encaramos nem a própria dor, muito menos estamos prontos para ouvir a dos outros. E não encará-la é não poder superá-la. Não compreendê-la, escondê-la, é conservá-la cada mais forte em algum canto de nós. Um mundo que não aceita a dor de ser, a dor dos fatos, não pode vencer os obstáculos, porque não é verdadeiro na dor de cada um dos seus membros. A dor não impede o riso, o riso da própria dor, mas também não impede as lágrimas, o sentir por inteiro. E não há sentir por inteiro, sem dor, doa a quem doer. A dor só é permitida e propagada quando ela fala tão alto que não é mais possível não escutá-la. Geralmente, é quando muito estrago já foi feito. Vivemos uma época de muita dor, pessoal e coletiva. Reconhecer e trabalhar isso dentro e fora não ajuda na imagem, na propaganda de nós mesmos, mas é vital para encontrar saídas, por mais que isso doa. Ninguém quer a dor, muito menos ficar nela, mas admiti-la e compartilhá-la em busca de solução é fundamental para crescermos como seres verdadeiros e autênticos. Ou então, só nos resta a ilusão, a propaganda enganosa, só com glamour e piadinhas, sem dor. Isso vale para indivíduos e para todas as sociedades que não têm o avestruz como animal sagrado.
segunda-feira, 10 de agosto de 2015
Aposta
Há uma aposta, e ela está escrita e registrada com tinta à base de alma. Não é apenas uma aposta, ela é aquela aposta que ou você vence e vive ou você perde e morre. Não é somente aposta feita entre homens e mulheres, é uma aposta com todos os seres vivos, os deuses e o Pŕoprio Motivo desta Aposta. É uma aposta feita com todo o meu Ser, com tudo que Sou e Tenho. É uma aposta feita com todos os meus corpos, com tudo que sei e não sei daquilo tudo que Sou. É uma aposta com todos os riscos deste e de outros mundos. É uma aposta de vida com tudo que ela possa significar pra mim aqui e agora. É a aposta que serei finalemente Eu, no melhor que eu possa Ser, com o Ser que está em Mim, que por ele Eu serei tudo aquilo que posso Ser daqui em diante, Sendo aqui e agora já tudo isso.
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