terça-feira, 31 de maio de 2016

NOVA ERA

É o tempo do avesso, da sombra contorcida arrancada a fórceps das entranhas da mentira civilizatória, revestida da hipocrisia concebida na transa do aparente com a retórica, da ruptura dos dois lados do cérebro, dos corações aprisionados nos calabouços do status, da semântica relativizada em cada discurso, da cegueira voluntária, da distopia consentida, do freio de mão puxado contra a evolução, do liquidificador que bate tudo à espera de mais produção, mais consumo, crescimento a qualquer preço, globalização das massas, privatização da Terra, exclusão da maioria, decadência limítrofe do vômito coletivo, erupções à flor da pele, surubas midiáticas, movimentos de todas as ordens e desordens desfazendo-se de tudo, porque tudo já não significa nada, eis o anúncio explícito de uma nova era.

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